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NEM TODO FILÓSOFO É UM MESTRE, MAS TODO MESTRE É UM FILÓSOFO

Por Gilberto Gonçalves

Estava eu a filosofar sobre os nossos mestres da Numerologia da Alma e o futuro da humanidade com tamanha escassez de mestres.
A questão a ser debatida, sob o aspecto filosófico, seria o que se pode esperar da humanidade e o que seria a contribuição de cada um nessa projeção futurista.
A visão filosófica não poderia ser pior, perante um mundo tão distante dos mais nobres princípios de ética e moral.
Estes dois aspectos do caráter humano, ética e moral, eram temas filosóficos relevantes, entre os discípulos de Pitágoras, na Escola Iniciática de Crotona.
A inteligência e, até mesmo, a vidência não se sobrepunham aos valores do caráter humano. 
Pitágoras reprovou certos pretendentes a ingressar na sua Escola, por considerá-los com caráter duvidoso. 
Quando paramos para analisar o mundo contemporâneo, e nos pomos a filosofar, somos levados a concluir que poucos, muito poucos, seriam aprovados por Pitágoras.
Se fossem consultá-lo sobre o mundo eletrônico e automatizado, Pitágoras, sem dúvida, negaria a sua aprovação, por considerá-lo uma ameaça à expansão da mente, e um risco de atrofia mental.
Quem, hoje em dia, externar a mesma opinião do Mestre será, sem dúvida, ridicularizado, e deve ser acusado de retrógrado e sem noção do que represente a ciência para o futuro da humanidade.
O cientista revoltoso, nessa hora, se opõe ao filósofo pensador. O cientista valoriza a conquista e o filósofo, os seus efeitos no caráter humano.
A invenção de um equipamento que simplifica a vida da humanidade, sob o aspecto da velocidade e da facilidade, não favorece, automaticamente, a expansão de consciência da criatura humana.
Temos observado, exatamente, o contrário deste ilusório progresso, em que a humanidade atrofia o seu poder de pensamento, transferindo para máquinas o que seria tarefa da mente humana.
Filosoficamente falando, um único ser humano inventa uma fórmula de retirar da responsabilidade do restante da humanidade, a obrigação de usar a mente. 
A máquina passa a assumir não somente as tarefas mecânicas e tecnológicas de avaliação, como, também, as de conclusão. A mente humana transfere, então, a sua capacidade de análise, para a máquina.
Como a máquina segue um raciocínio próprio, que é o resultado da síntese das crenças da mente do seu criador, toda a humanidade passa a aceitar como sua, uma decisão tomada pela máquina.
A facilidade exime a mente humana do trabalho de raciocinar, e transfere para poucos, a verdade que, antes, era encontrada pelos mestres filósofos. 
A preguiça mental torna a humanidade desprovida de capacidade de acessar as fontes do saber, antes consultadas pelos grandes pensadores, e que davam origem a grandes revelações, que se transformavam em Escolas do Pensamento.
Assim, não devemos estranhar o culto a princípios obtusos, defendidos por pretensos mestres, e que se fazem donos da verdade. A humanidade cai na trama dos fakes que só ganham força, por serem alimentadas por uma humanidade que desaprendeu de raciocinar e de decidir por si. 
Falsos profetas e falsos mestres! 
Triste humanidade que está desaprendendo de raciocinar, e entregando nas mãos de espertos e manipuladores, o seu futuro e a sua evolução mental.
 
 

Comentários

  1. Recado dado e compreendido mestre. A questão que me surge como desafio é encontrar este caminho do pudor do conhecimento mas que contribui para iluminar as mentes sedentas...

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  2. Meu caro amigo, João Sérgio!
    Aceite o fato que não existe a fórmula perfeita que responde a tudo. Procure ser, somente, sincero e espontâneo, não tentando ser melhor do que, realmente, é.
    As pessoas, em busca da evolução espiritual, costumam imitar o que elas consideram o mestre perfeito, e isto não dá certo.
    A maioria esquece que ela tem de buscar o seu eu perfeito, pois a perfeição está dentro de cada um de nós.
    Se não está conseguindo iluminar essas mentes, das duas uma, ou as mentes não estão tão sedentas assim, ou não está despertando nelas o necessário entusiasmo para buscar a iluminação.
    E, assim, não há outra saída, senão, sempre, tentar de novo.
    Abraço.
    Gilberto.

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  3. Eu entendo mestre, venho me esforçando para aceitar isso, que as pessoas tem o seu próprio tempo e que não posso desistir delas por isso... Mas quantos já se juntaram a nós por conta da minha teimosia.. e isso me alegra muito.

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  4. Por um lado, quase não sabemos mais nem o nosso próprio número de telefone... lá vai outra informação do cérebro para uma maquininha.

    Por outro lado, redes e milagres sendo operados pelo uso da tecnologia de bolso. Mais uma vez, as ferramentas tem seus fins e consequências determinados pela decisão de cada humano.

    O seu alerta, mestre Gilberto, é muito importante para jamais nos esquecermos nem abandonarmos nossa ferramenta principal, divina e única: nós mesmos, nosso cérebro, nosso coração.

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  5. Querida Sílvia:
    A triste realidade é que a nova tecnologia está atrofiando a nossa mente. E, quando a mente atrofia, a alma fica pequena.
    Pensem nisto!
    Abraço.
    Gilberto.

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  6. Penso eu que o problema não está na tecnologia, mas ela potencializa as fraquezas humanas, dispersa ou aprisiona aqueles que ainda não são livres e fáceis presas das distrações... Mas alguns poucos as utilizam justamente para potencializar seus valores.

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  7. Ouvi dizer que os últimos lançamentos desta tecnologia estão conseguindo estimular o pensamento criativo das pessoas ... O que acha Gilberto ?

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  8. Meu caro, João Sérgio, considero isto um grande risco para o futuro da humanidade.
    Realmente, uma arma não oferece nenhum perigo, enquanto ficar fora do alcance humano.
    Acontece que, qualquer avanço tecnológico, se torna uma ameaça para a humanidade, quando fica ao alcance do homem.
    Se na sua limitada consciência, sem qualquer estímulo exterior, estamos neste caos, imagine com estímulos tecnológicos!
    Não se iluda, quem tem de desenvolver o pensamento criativo da criatura humana é a própria mente, sem influências externas.
    Abraço.
    Gilberto.

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  9. Sendo assim, Gilberto, qual seria então o papel do cientista neste cenário? Seria o fim da tecnologia ? Se fosse possível um recomeço em novas bases, como você imagina que poderia ser. Me dê mais pistas, mestre para abri minha consciência.

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  10. Meu caro amigo, João Sérgio:
    Eu repito aqui, o que escrevi, recentemente, para a turma do Mestrado.
    Não se pode desconhecer a famosa afirmativa de Einstein:
    “A ciência sem a religião é manca; a religião sem a ciência é cega”
    Com outras palavras, Pitágoras ensinava a seus discípulos que o equilíbrio perfeito exige o sucesso material com o progresso espiritual.
    Um sem o outro desarmoniza e impede o cumprimento da missão.

    Estes conceitos dos Mestres, aliados ao que disse, pouco antes de morrer, o grande escritor e pensador, Umberto Eco, definem, a meu ver, a situação atual do mundo.

    O drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade...

    Não se trata de confrontar a ciência com a espiritualidade, mas de harmonizá-las.
    No entanto, é preciso que a mente humana não se faça escravizar diante de verdades produzidas em laboratórios, abdicando do seu dever de raciocinar e de se conectar com a Fonte do Saber.

    Assim, faziam os antigos filósofos, assim agem os verdadeiros pensadores do mundo moderno.
    Para os fenômenos na matéria, Newton, para os hiperfísicos, os conceitos quânticos de Bohr e Heisenberg.
    Como se diz quanticamente, não se trata de um ou outro, mas de um e outro.

    Abraço.
    Gilberto.

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